O VERDADEIRO ADORADOR

Texto base: Ev. Marcos cap. 1 vs. De 40 a 45.

Introdução: O texto conta a história de um homem acometido de lepra (hoje hanseníase) que era a pior doença da época. Aquele homem sabia que não havia cura para o seu mal e que estava condenado a viver no isolamento, conforme determinava a lei. Sabia que seu futuro era incerto e que seus dias estavam contados. Mas a atitude daquele homem diante da desgraça em que se encontrava fez toda a diferença e nos traz hoje uma lição acerca da verdadeira adoração. Quais são as marcas de um verdadeiro adorador?

1 – O verdadeiro adorador crê em Deus e no seu poder: (vs. 40 b: “Se quiseres podes purificar-me.”). Veja que aquele homem não perguntou se Jesus podia curá-lo. Ele tinha certeza que podia. Diante de todo o seu desejo em ser curado, ele pergunta ao Senhor, não se ele podia curá-lo, mas se ele queria curá-lo, assim crendo e reconhecendo o poder de Deus em Jesus. O verdadeiro adorador crê em Deus e reconhece o seu poder e não duvida em nenhum momento sobre o que Ele pode realizar em sua vida. O verdadeiro adorador tem plena consciência de quem é o Senhor e de Sua onipotência (tudo pode). Davi como verdadeiro adorador que era conhecia o Senhor e o Seu poder. Isso fica claro no Salmo 29 onde se lê: “Tributai ao Senhor, filhos de Deus, tributai ao Senhor glória e força. Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na beleza da santidade.” Vs. 1 e 2 e: “A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor despedaça os cedros do Líbano. A voz do Senhor despede chamas de fogo. A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades.” Vs.7 e 8.

2 – O verdadeiro adorador é humilde: (vs. 40: “Aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se quiseres, podes purificar-me.”). Observe que a primeira atitude daquele homem foi colocar-se de joelhos diante de Jesus, em sinal de humildade e reconhecendo sua infinita pequenez frente a Ele. Note também que mesmo desejando ser curado, ele não exigiu nada. Muito pelo contrário: submeteu-se inteira e absolutamente à vontade de Jesus (se quiseres...). O verdadeiro adorador tem postura humilde diante de Deus e não exige nada. Antes, se submete à vontade do Senhor para sua vida. Se entrega irrestritamente aos Seus desígnios afim de cumprir aquilo que Ele ordenar a exemplo do profeta Isaias no cap. 6 vs. 8: Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. É comum hoje em dia ouvirmos alguns homens que em suas orações referem-se a Deus dizendo: “Senhor, eu determino...!” ou “Senhor, eu exijo...!”, mas o verdadeiro adorador reconhece sua posição de submissão total e se dispõe ao chamado do Senhor e à sua vontade soberana.

3 – O verdadeiro adorador comove o coração do Senhor: (vs. 41: “Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo!”). Aqui vemos a reação de Jesus diante da atitude daquele homem. Jesus não teve pena dele, mas sentiu-se profundamente tocado pela sua humildade e submissão. Muitas pessoas vão à igreja, mas, não cantam, não louvam, não adoram, não cultuam e, no fim, vão à frente pedir uma oração. Não é bem oração que eles estão buscando, estão atrás de uma espécie de "passe evangélico" que os ajude a ir para casa com a consciência menos pesada. Antes de ser tocado por Deus,  o verdadeiro adorador toca o coração de Deus, com sua vida, com suas atitudes, com sua humildade. Ele não tenta comprar, enganar ou manipular Deus. Antes, age como um filho amado que se coloca na presença do Pai, relata suas misérias e humildemente espera suas bênçãos. Tiago cap. 5 vs. 16 b nos diz: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” O verdadeiro adorador toca o coração de Deus com sua oração.

4 – O verdadeiro adorador não se cala: (vs. 44 e 45: e lhe disse: “Olha, não digas nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para servir de testemunho ao povo. Mas, tendo ele saído, entrou a propalar muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto de não mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer cidade, mas permanecia fora, em lugares ermos; e de toda parte vinham ter com ele.”) É a contrapartida de uma vida restaurada na presença de Deus. Naturalmente aquele homem sentiu-se tão feliz em ter sido curado por Jesus que mesmo tendo sido advertido para que não divulgasse o fato, não conseguiu conter-se e espalhou a novidade a todos. É a reação esperada de um verdadeiro adorador, que após ter sua vida transformada pela ação remidora do sangue de Jesus, não se contém em proclamar ao mundo essa maravilha. É comum observarmos essa característica nos novos convertidos, mas ela não pode ser uma exclusividade destes. Muitos hoje estão agindo da forma contrária à que o homem agiu. Deus hoje nos manda falar: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos cap. 16 vs. 15), mas nos calamos. O verdadeiro adorador não se cala, mas proclama a salvação aos que necessitam.

Conclusão: Com sua fé, sua humildade, sua atitude e sua postura o leproso saiu curado de diante do Senhor. Assim também o verdadeiro adorador não sai da presença de Deus da mesma maneira que entrou, mas restaurado e fortalecido para prosseguir em sua caminhada. E acima de tudo o verdadeiro adorador não se cala, mas dá testemunho daquilo que o senhor fez em sua vida. Que nesse ano que se inicia possamos assumir a postura de verdadeiros adoradores. “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (João cap. 4 vs. 23).

Diác. Itamar de Oliveira Rodrigues Junior

Esboço do Sermão do dia 03/01/2010